O profissional de SEO muitas vezes se depara com resultados interessantes em seus testes. O
Mauricio Zane compartilhou no twitter que percebeu que o Google valorizava imagens com fundo branco para ranquear. Essa iniciativa de compartilhar dele é muito boa, mas é preciso que o ouvinte tenha em mente algo. Será que podemos criar esta relação direta?
Cum hoc ergo propter hoc
Esta expressão do latim significa em tradução livre “Quando isto, logo causa isto”. É como se fosse a relação causa-efeito. O problema é que nem sempre existe uma correlação direta. Por exemplo, veja esta frase:
“Na época dos dinossauros era muito mais quente que hoje,
logo se a terra voltar a esquentar com o aquecimento global os dinossauros voltarão.”
Sei que o argumento é inválido neste exercÃcio de lógica. Existem variáveis que nem sempre são tão facilmente percebidas e que na frase não estão escritas. A complexidade envolvida em alguns testes dificulta chegar a conclusões. Como o Pedro Dias já falou: “correlation does not imply causation” que na minha tradução livre fica “correlação não implica causalidade”.
Para agravar ainda mais a situação, o Google não divulga suas “variáveis” de forma clara. Então muito do que se sabe de SEO hoje em dia foi graças a testes e engenharia reversa. Trabalhar com SEO muitas vezes resulta em testar hipóteses. Testes de SEO como a velocidade de indexação do Google são simples de se executar e chegar a conclusões. Em contra partida existem testes que dificilmente são causadores de resultados. Já vi testes como de um site de varejo no Brasil usando meta tag “keyphrase” e jurando que estava dando resultado. Se a ferramenta de busca não está preparada para ler uma meta keyphrase, como ela poderia contar como fator de posicionamento?
Os dois maiores problemas para testes de SEO são o tempo e a quantidade de variáveis. Sobre o tempo, nem sempre se pode responsabilizar as coisas de forma instantânea. Pode ser que uma mudança feita agora, somente mostre resultado daqui a cinco minutos ou três meses. Sobre as variáveis, pode ser que um profissional altere o tÃtulo da página e ao mesmo tempo inclua uma meta tag keyword. Nada impede a associação da criação da meta com a melhora no resultado, sendo que possivelmente a causa foi na verdade a mudança no tÃtulo. Quando o fator tempo e quantidade de variáveis se misturam, a complexidade fica maior ainda. Por isto precisamos questionar o SEO.  Só assim chegaremos a discussões ricas e até quem sabe, descobrir novas oportunidades.
Com base nisto, precisamos ver uma hipótese e questionar que outras variáveis podem influenciar resultado. Por exemplo, sobre o teste de peso do fundo branco para ranquear? O que poderÃamos questionar para tentar ver se a correlação é real? Aà vão algumas idéias. Será que a quantidade de imagens com fundo branco é maior e por isto elas apareçam com mais frequência nos resultados? Será que no nicho dele algum fator na cor do produto poderia influenciar? Se o nicho dele fosse de fotos de celebridades, a quantidade de imagens com fundo branco não seria muito menor? Será que as outras fotos do nicho não tem fundo branco e o Google valoriza fotos diferentes e únicas em seus resultados? Aà você vê como pode ser difÃcil o trabalho de testes de SEO.
Com isto estou dizendo que devemos simplesmente ignorar os testes? Ao contrário. Precisamos de teorias e da criatividade das pessoas para descobrir coisas novas. Sim, as pessoas podem fazer e devem fazer. O que o Mauricio fez foi excelente para o mercado e quem dera tivéssemos mais testes assim. E na dúvida não custa testar o fundo branco.